Família, amigos e moradores de Paraíso do Tocantins se reuniram, na noite desta segunda-feira (2), em frente à Câmara de Vereadores para protestar contra a falta de leitos de UTI no hospital público da cidade. O ato foi convocado após uma adolescente, de 13 anos, morrer à espera de uma vaga.

A menina chegou a ser transferida para o Hospital Geral de Palmas (HG), mas não resistiu na última terça-feira (26). A suspeita é que ela teve colecistite, uma inflamação na vesícula biliar. No entanto, as causas só serão confirmadas após a divulgação do laudo médico.

O pai da vítima, o empresário Thiago Martins Cardoso, de 35 anos, disse que o ato começou por volta das 19h e seguiu até as 21h. Com faixas, cartazes e adesivos, eles pediram que o governo instale leitos de UTI no Hospital Regional de Paraíso e disponibilize uma UTI móvel para a transferência de pacientes mais graves.

Pai de adolescente protesta contra a falta de leitos de UTI e de UTI móvel no Hospital Regional de Paraíso — Foto: Divulgação

Pai de adolescente protesta contra a falta de leitos de UTI e de UTI móvel no Hospital Regional de Paraíso — Foto: Divulgação

“O caso da minha filha foi simples. O fato de a UTI Móvel ter demorado fez ela perder a vaga na UTI, no Hospital Geral de Palmas. A informação é de que o veiculo estava em Gurupi e que iria demorar muito para chegar”, disse. A distância entre as duas cidades é de 177 km.

Nesta terça-feira completa uma semana que a menina morreu. Thiago relatou ao g1 que a filha estava sentindo cólicas há cerca de um mês. A família levou a adolescente em um especialista. A princípio, a suspeita era endometriose. Mas o médico havia pedido exames que seriam realizados na segunda-feira (25), dia em que a paciente se sentiu mal.

O pai conta que a filha acordou para ir à escola na segunda-feira e reclamou de dores. Foi levada para o hospital e não voltou mais para casa.

“Nós levamos ela ao Hospital Regional de Paraíso e de imediato ela foi intubada. A vaga na UTI do HGP foi solicitada por volta de 9h30. A UTI foi liberada por volta de meio-dia. Depois, foi solicitada UTI móvel que veio a ser liberada só às 17h. Se a UTI estivesse aqui em Paraíso, minha filha teria sido transferida. O veículo chegou ao hospital de Paraíso na madrugada por volta de 1h45 e só às 3h da madruga de terça-feira, ela deu entrada no hospital de Palmas”.

O pai esperava que a menina fosse transferida de imediato para um leito de UTI, no entanto, não havia mais vagas. A adolescente passou a noite na sala vermelha da unidade.

“Quando acordei as 6h30, fui ao HGP, e eles passaram a informação que o estado dela era grave e que ela continuava na sala vermelha. A vaga tinha sido ocupada por outra pessoa por causa da demora da UTI móvel. Por volta de 11h, eu recebi a ligação falando que ela tinha tido uma parada cardíaca. Ela teve três paradas cardíacas e morreu por volta das 12h30. O conforto não existe, dor não para, não acaba”, finalizou.

By Marrony Gomes

Marrony Gomes, sou um jornalista em busca de aprendizado constante, um pai e esposo dedicado, um cristão comprometido, um fotógrafo apaixonado e um amante do lazer em família.